Vacinação de pessoas com comorbidades em BH tem alta procura e até César Menotti


Os postos de vacinação contra a Covid-19 e drive-thrus neste sábado (15) amanheceram com longas filas e agilidade na administração das doses em Belo Horizonte. Até a dupla sertaneja César Menotti e Fabiano marcou presença.

Podem ser vacinados pessoas com comorbidades com idades entre 41 e 34 anos completos até 31 de maio de 2020. Para ser imunizado é necessário ter realizado cadastro prévio,  encerrado no dia 3 de abril. 

A reportagem de O TEMPO percorreu postos fixos na região Centro-Sul e  pontos de drive-thru na região Noroeste. Muitas das pessoas estavam empolgadas e acordaram cedo para se imunizar. 

Os irmãos e cantores sertanejos César Menotti e Fabiano não perderam tempo e, assim que se levantaram, foram se vacinar no drive-thru do Shopping Del Rey, na região Noroeste.

“Vacinar foi a primeira coisa que fiz hoje.Todos que se encaixam no grupo prioritário tem que exercer esse gesto de amor e autocuidado”, ressaltou Menotti. 

Fabiano, que contraiu a Covi-19 e se recuperou isolado em casa, por sua vez, diz que este sábado foi um dia de alívio e superação. “Estou aliviado em me vacinar.Mesmo tendo medo de agulha venci o medo”, brincou. 

A vacinação é realizada em postos fixos e extras, e em pontos de drive-thru, até às 16h. Os endereços estão disponíveis no portal da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

São consideradas comorbidades:

Diabetes mellitus 

Qualquer indivíduo com diabetes 

Pneumopatias crônicas graves 

Indivíduos com pneumopatias graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticoides sistêmicos, internação prévia por crise asmática); e outras doenças que causam comprometimento pulmonar crônico. 

Hipertensão Arterial Resistente (HAR) 

HAR= Quando a pressão arterial (PA) permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas preconizadas e toleradas, administradas com frequência, dosagem apropriada e comprovada adesão ou PA controlada em uso de quatro ou mais fármacos anti-hipertensivos 

Hipertensão arterial PA sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da estágio 3 presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade 

Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade 

PA sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade 

Doenças cardiovasculares 

Insuficiência cardíaca (IC) IC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association 

Cor-pulmonale e Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária Hipertensão pulmonar 

Cardiopatia hipertensiva

Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo) 

Síndromes coronarianas 

Síndromes coronarianas crônicas (Angina Pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, outras) 

Valvopatias 

Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou insuficiência tricúspide, e outras) 

Miocardiopatias e Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; Pericardiopatias cardiopatia reumática 

Doenças da Aorta, dos Aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas 

Arritmias cardíacas 

Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; e outras) 

Cardiopatias congênita 

Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises adulto hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico. 

Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados 

Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos cardíacos implantados (marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência) 

Doença cerebrovascular 

Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular 

Doença renal crônica 

Doença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2) e/ou síndrome nefrótica. 

Imunossuprimidos 

Indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas; e outras doenças que causam imunossupressão (como síndrome de Cushing, lúpus eritematoso sistêmico, doença de Chron, imunodeficiência primária com predominância de defeitos de anticorpos). 

Hemoglobinopatias 

Doença falciforme e talassemia maior; e outras doenças raras. graves 

Obesidade mórbida Índice de massa corpórea (IMC) ≥ 40 

Síndrome de Down Trissomia do cromossomo 21 

Cirrose hepática Cirrose hepática Child-Pugh A, B ou C 

Outras doenças raras que causam deficiências intelectuais e/ou motoras e cognitivas 

Doenças raras que causam deficiências intelectuais e/ou motoras e cognitivas como a síndrome Cornélia de Lange, a doença de Huntington. 

No momento da vacinação, é necessário seguir as seguintes orientações: 

  • Apresentar exames, receitas, relatório médico e/ou prescrição médica emitidos em até 12 meses antes da data do cadastro; 
  • Apresentar documento de identificação com foto; 
  • Apresentar comprovante de residência em Belo Horizonte; 
  • Ter preenchido cadastro para a vacinação, de forma válida, até 23h59 de 3 de maio; 
  • Não ter recebido qualquer outra vacina nos últimos 14 dias; 
  • Não ter tido Covid-19 com início de sintomas nos últimos 30 dias. 
  • De olho no cadastro 

Está aberta a segunda rodada de cadastro para vacinação contra a Covid-19 de pessoas com comorbidades na capital. Para se cadastrar basta acessar o portal da PBH. O cadastramento será finalizado no domingo (16), às 23h59.
 

Covid: Vacinação no Brasil

Até o momento, o país utilizou apenas três vacinas diferentes na campanha de imunização contra Covid (Coronavac, Astrazeneca e Pfizer), que se iniciou, em 18 de janeiro, por grupos prioritários, como idosos, forças de segurança e salvamento e pessoas com comorbidades. Essas vacinas necessitam da aplicação de duas doses para imunização, e não há nenhuma pesquisa, por ora, que tenha testado eficácia ou segurança em larga escala quando dois imunizantes diferentes são administrados. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que é necessário vacinar de 60% a 70% da população para frear a propagação do vírus. As vacinas usadas no Brasil possuem características específicas, mas ambas têm eficácia e segurança contra o coronavírus. A Coronavac é feita com o vírus inteiro, só que inativado (“morto”). A vacina tem todas as proteínas do vírus, não só a proteína S, que ele usa para infectar as nossas células. Com isso, o corpo que recebe a vacina com o vírus — já inativado — começa a gerar os anticorpos necessários no combate da doença. A eficácia da Coronavac para casos sintomáticos é de 50,7%, sendo que pode chegar a 62,3% se houver um intervalo de mais de 21 dias entre as duas doses da vacina. Já a Astrazenca é produzida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e usa um outro vírus (adenovírus) para carregar parte do material genético do coronavírus dentro do corpo. Este adenovírus carrega em si as instruções para a produção de uma proteína característica do coronavírus, conhecida como espícula. Ao entrar nas células, o adenovírus faz com que elas passem a produzir essa proteína e a exiba em sua superfície, o que é detectado pelo sistema imune, que cria formas de combater o coronavírus e cria uma resposta protetora contra uma infecção. Ela tem eficácia de 76% contra casos sintomáticos. A vacina da Pfizer usa o material genético do coronavírus (RNA), que é o que vai dar as instruções para que a célula faça a proteína S do vírus. Diferente das outras, esse material genético não é levado por outro vírus, e sim por outros tipos de transportadores, que podem ser “sacolas de gorduras”, os lipossomas. Os imunizantes criados a partir da replicação de sequências de RNA torna o processo mais barato e mais rápido. A Pfizer pode, inclusive, ser aplicada em pessoas a partir de 16 anos de idade, e os estudos de fase 3 apresentaram eficácia global de 95% de eficácia em toda população.

Covid: Veja os sintomas mais comuns

É possível estar com a doença e ficar assintomático, mas também há diferentes sintomas relatados entre pessoas que estão com coronavírus. De acordo com o Ministério da Saúde, os mais comuns, em casos leves, são tosse, dor de garganta e coriza, seguido ou não de anosmia (perda de olfato), ageusia (perda do paladar), diarréia, dor abdominal, febre, calafrios, dores musculares, fadiga e/ou dor de cabeça. Em casos moderados da doença, a tosse e a febre podem se tornar persistentes, e aparecem sintomas como prostração, diminuição do apetite e pneumonia. Em casos mais graves, segundo o Ministério da Saúde, são relatados desconforto respiratório ou pressão persistente no tórax, além de saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente e coloração azulada de lábios ou rosto.

Mortes por Covid

Até 10 de maio, mais de 422.000 pessoas haviam morrido no Brasil em decorrência da Covid-19 desde o início da pandemia. O ranking de Estados com mais mortes pelo coronavírus é liderado por São Paulo, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais. As unidades da Federação com menos óbitos são Roraima, Amapá e Acre. Considerando o número de registros em 24 horas, o recorde de mortes em um dia no Brasil foi 4.249 óbitos, em 8 de abril. Já o recorde de Minas Gerais, com 508 mortes em 24 horas, foi no dia 7 de abril. A primeira morte pelo novo coronavírus no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, ocorreu no dia 12 de março de 2020: uma mulher de 57 anos, que veio a óbito em um hospital em São Paulo. No mundo, a primeira morte (de um homem de 61 anos) foi registrada oficialmente em 9 de janeiro de 2020 em Wuhan, na China.

Prevenção ao coronavírus

Manter o distanciamento social, evitando aglomerações, e usar máscara de qualidade e de maneira adequada quando precisar sair de casa são formas eficientes de se prevenir contra o coronavírus. Outros cuidados fundamentais, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, são: lavar as mãos com frequência, usando sabão e água ou álcool em gel; evitar tocar olhos, nariz ou boca; cobrir o nariz e boca com braço dobrado ou lenço ao tossir ou espirrar. O Ministério da Saúde reforça que é fundamental manter a limpeza e desinfeção de ambientes e objetos, como brinquedos e celulares, e isolar casos suspeitos e confirmados. A vacinação também é uma forma de prevenção contra qualquer doença, mas ainda não se sabe por quanto tempo cada imunizante contra o coronavírus vai proteger cada pessoa contra a infecção. Além disso, mesmo estando vacinado, cada cidadão pode se tornar um agente transmissor do vírus. Por isso, todas as medidas de profilaxia continuam válidas, por enquanto, mesmo para quem já se vacinou.

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