Se entre 9 e 13 de março deste ano, a média de circulação de veÃculos era de 279.567 nas vias de Belo Horizonte, o número da última semana, entre 10 e 14 de agosto, chegou perto. Segundo a BHTrans, uma média de quase 245 mil carros percorreram as vias públicas da capital. Analisando as médias desde o inÃcio da pandemia, em março, o trânsito na cidade nunca esteve tão próximo do normal.
Dados da autarquia de trânsito mostram que a circulação começou a reduzir na semana em que começou a valer o primeiro decreto da Prefeitura, publicado no dia 18 de março. Entre 23 e 27 de março, o número caiu de 233.051 na semana anterior para 128.759. A partir daÃ, os números oscilaram na casa dos 100 mil até maio, quando, na semana entre os dias 25 e 29, voltaram ao patamar de 200 mil, com média de 201.525 veÃculos circulando em BH.
Junho foi um mês de crescimento acelerado na média de circulação. Enquanto março e abril registraram aumento seguido de queda entre as semanas, o aumento sucessivo começou em maio e se acentuou em junho. Em uma média simples entre as semanas do perÃodo, 225.459 veÃculos circularam pela cidade por dia. Em julho, a média foi um pouco menor, com 222.845, graças a uma queda entre os últimos dias de junho e os primeiros de julho.
Na análise do professor de engenharia de Transporte e Trânsito da Universidade Fumec, Marcio Aguiar, os belo-horizontinos recorrem mais, agora, ao uso dos carros próprios, o que não significa, necessariamente, que o número de pessoas fora de casa também aumentou. “Nesse momento, as pessoas estão procurando os veÃculos próprios por causa da aglomeração dentro do ônibus, vejo que as pessoas não querem ficar dentro dos ônibus porque ele ainda está muito desconfortável”, considera
Flexibilização alterou pouco a dinâmica do trânsito
A reabertura do comércio determinada pela PBH começou no dia 6 de agosto. Na semana em que ocorreu a retomada, a média de veÃculos circulando foi de 241.601. Para a semana seguinte, dados mais recentes, foram 244.949 carros por dia nas ruas da cidade.
Os dados mostram que o aumento na circulação começou antes da reabertura do comércio, o que pode significar que a população voltou a sair de casa antes de haver mais locais abertos. Esta é a percepção do infectologista Estêvão Urbano, membro do comitê de enfrentamento à Covid-19 na capital, que também observa que é possÃvel considerar esse comportamento positivo, do ponto de vista epidemiológico. Nas palavras dele, a mudança menor “reduz a chance de piora”.