Riquezas de Minas

Nesta semana, decreto assinado pelos governadores de Minas, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal lançou oficialmente a rota turística Via da Liberdade, um corredor de atrações espalhadas por mais de 300 cidades na área sob a influência dos 1.179 km da BR–040. Trata-se de um corredor com um riquíssimo valor histórico, cultural e natural, reunindo nada menos que sete Patrimônios da Humanidade, 80 Patrimônios Memória do Mundo e mais de 100 cidades que são Patrimônio Histórico Nacional.

Considerando que a Via da Liberdade reúne registros e construções do Brasil Colônia e do Império, incluindo o barroco das cidades históricas mineiras e o modernismo de Belo Horizonte e Brasília, tem-se um roteiro de enorme potencial. E há, ainda, o atrativo extra de paisagens que vão do litoral do Rio às montanhas de Minas, do Cerrado à amplidão do Planalto Central, para chamar a atenção de turistas brasileiros e estrangeiros.

É importante que surjam iniciativas para estimular a estruturação e exploração do turismo em Minas, um setor cujo potencial é sempre citado, mas que recebe apoio e recursos abaixo daquilo que demanda para florescer como uma atividade econômica de destaque.

A impressão é que sempre fica faltando algo, como, por exemplo, na criação dos circuitos turísticos nas diversas regiões de Minas. Ainda que tenham gerado avanços e estejam ativos, faltaram continuidade e organicidade para que eles se consolidassem como referência para a busca por destinos em Minas.

Venho chamando atenção, também, para o inestimável potencial que temos para as modalidades ecológica e de aventura em terras mineiras. No último final de semana, por exemplo, participei do Cicloturismo Barbacena-Tiradentes, uma iniciativa que está em sua quinta edição e reúne ciclistas para uma “viagem” entre as duas cidades, pedalando por um percurso de 84 km, que segue o leito da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas.

Antes, já havia percorrido também parte do Circuito Uai, um roteiro de pouco mais de 1.000 km, que passa por 42 municípios e mais de 20 distritos, fazendo o contorno da região metropolitana de Belo Horizonte. É impressionante a diversidade de paisagens, culinária, sotaques e costumes que se vê estando sempre, no máximo, a 150 km da capital.

Circuitos como esses se repetem, por exemplo, com a Rota do Vulcão, na região de Poços de Caldas, com as trilhas da serra da Bocaina, em Araguari, ou com os Caminhos da Fé, que levam a Aparecida, no Estado de São Paulo; aparecem nas competições que se multiplicam por Perdões, serra da Canastra ou serra do Espinhaço, em um crescente calendário de provas para atletas profissionais e amadores. Neste fim de semana, inclusive, está sendo disputada a etapa da Copa Internacional de mountain-bike, em Ouro Branco.

Venho acompanhando essas iniciativas e trabalhando junto aos órgãos públicos e parceiros privados para apoiar, por exemplo, o crescimento do ciclismo de montanha em Minas, a melhoria das condições de uso de rodovias e espaços públicos para o treinamento de atletas e a capacitação de gestores municipais. Ainda, o investimento na infraestrutura dos circuitos, como mapeamento e sinalização.

A Via da Liberdade prevê um investimento de R$ 12 milhões nesse primeiro momento, principalmente em ações de treinamento e capacitação. É algo que deve ser aplaudido, mas que precisa ser ampliado. Tenho certeza de que o turismo histórico, ecológico e de aventura dará excelente resposta a um investimento de peso, com um planejamento bem-feito. Que os mineiros acreditem mais nas riquezas de Minas!

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