Poder da beleza natural está sob domínio das fêmeas



Seguindo conselho do colega Antonio Prata, esta coluna trata não de coisas pavorosas, como o coronavírus e O-Que-Não-Pode-Ser-Dito-Genocida, mas de coisas belas. Tampouco de piano, como prometeu Pratinha, mas do japu.

Coitado de quem nunca viu um japu, o Psarocolius decumanus. Preto como noite sem lua, com despropositadas penas amarelas na cauda, bico idem ou cor de marfim. Beleza pura.

O canto do japu, um piado longo e metálico, só não parece mais estranho que seu ninho. São tecidos de fibras no formato de um longo saco, com abertura no alto, a moradia menos prática que se possa imaginar.

Anos atrás, em Santo Antônio do Pinhal (SP), japus penduraram ninhos nas folhas de uma palmeira jerivá. O saco balançava com o vento, e dava para imaginar que o movimento pendular talvez servisse para acalmar os filhotes metidos no fundo.

Humanos gostam de buscar propósito e função em tudo, projetando as próprias noções sobre o universo animal. Em sã consciência, não parece plausível que a prole de pássaros necessite ser embalada como fazemos com os bebês.
Leia mais (03/27/2021 – 16h00)

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