Ocupação de leitos de UTI para Covid-19 segue em alta e acende o alerta na PBH


Com 56.106 casos de Covid-19 confirmados desde o início da pandemia, Belo Horizonte começa a enfrentar um novo problema: a alta da taxa de ocupação de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Mais da metade dos leitos (54,5%) estão sendo utilizados, segundo boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (7) pela Prefeitura de BH. Há exatamente uma semana, no dia 30 de novembro, a ocupação estava em 40,8%. A situação preocupa as autoridades de saúde do município. 

Em números absolutos, isso significa que, dos 642 leitos de UTI exclusivos para atendimento de pacientes com complicações em função do coronavírus, 292 estão disponíveis. Nas enfermarias, o quadro também teve uma piora, passando de  41% para 47,9% da capacidade ocupada no mesmo período. Ou seja, dos 1.584 leitos, 758 podem receber pacientes.   

“É um número preocupante porque nos aponta para uma tendência de aumento de casos. Isso nos mostra que as medidas de restrição que estamos voltando a adotar em Belo Horizonte, como a proibição de venda de bebida alcóolica, são muito necessárias. A verdade é que o crescimento de casos está em uma velocidade grande e temos que nos preocupar com a estrutura da saúde para atender a todo mundo”, afirma Carlos Starling, infectologista e membro do comitê de combate à Covid-19 na capital. 

Segundo Starling, neste primeiro momento, não está sendo avaliada a possibilidade de fechamento do comércio. Porém, qualquer análise pode ser alterada em caso de piora do cenário nos hospitais, alerta ele. “Em um primeiro momento, fechamos o comércio porque ainda não tínhamos a estrutura necessária para atender os pacientes. Depois que montamos essa estrutura, a realidade mudou e o número de casos reduziu um pouco. Nos últimos tempos, conseguimos até usar os leitos para outros tipos de ocorrência, desmobilizamos um pouco a rede. E na medida em que as pessoas passaram a aglomerar, passamos a ter mais acidentes de trânsito, mais casos de violência urbana, enfim, a demanda por hospitais cresceu. Então temos que tirar pessoas das ruas para focar na Covid-19”, explica o especialista. 

Ainda de acordo com o infectologista que ajuda a definir as ações de combate à pandemia, não é correto dizer que a capital vive uma segunda onda da doença. Como a cidade não conseguiu ficar por semanas com a transmissão abaixo de 50 casos a cada 100 mil habitantes, ela ainda enfrenta uma primeira onda. “Não chegamos a uma estabilidade. E a situação está pior porque as pessoas voltaram a aglomerar. Sei que dezembro é um período de festas, mas precisamos ter consciência de que vivemos um quadro atípico neste ano”, afirma.

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