Líder comunitário acusa PM de agressão durante abordagem no Alto Vera Cruz

O bairro Alto Vera Cruz, região Leste da capital, registrou uma confusão envolvendo policiais militares e moradores da comunidade na tarde deste domingo (3). Um líder comunitário, que também é fotógrafo, afirma que foi agredido por militares com socos. Ele acabou detido pela Polícia Militar e foi liberado horas depois.

André Cavalheiro é um homem negro e afirma que tomou socos dados por PMs após ser abordado por volta de 14h em uma rua do bairro. Uma festa com churrasco ocorria no local. Cerca de sessenta pessoas participavam do encontro.

“Fui chamado para fotografar a festa na rua, sou trabalhador”, relata Cavalheiro, que é coordenador da zona Leste da Central Única das Favelas (Cufa), entidade que presta apoio social a pessoas da periferia. Segundo ele, a rua estava cheia de crianças e jovens, que tomavam banho de mangueira, quando cerca de quatro viaturas da Polícia Militar chegaram e interromperam a comemoração. “Estávamos festejando, pois nosso time tinha vencido uma partida de futebol”, diz o líder comunitário.

O desacordo teria começado no momento da abordagem policial. “Me mandaram encostar na parede e eu encostei. Quando virei para ver o que estava acontecendo, o PM me deu um soco no estômago”, denuncia Cavalheiros. Moradores tentaram intervir com gritos, o que não teria surtido efeito.

Em seguida, o morador foi alvejado com spray de pimenta. “Perguntei: por que o senhor está me batendo? Ele disse: ô desgraça, encosta na parede”, relata. Ao tentar se limpar com a camisa, o homem foi atingido com outro golpe, desta vez no pescoço, que resultou em um desmaio. 

Ainda segundo a versão do fotógrafo, os PMs pisaram sobre as costas dele e o algemaram. Ele foi colocado dentro da viatura e levado até a UPA Leste.

O morador afirma que o uso excessivo da força durante a abordagem policial tem sido algo comum no bairro Alto Vera Cruz. “Eles têm preconceito com a comunidade”, diz.

Representantes da Cufa acompanharam Cavalheiros durante a realização do exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) na noite deste domingo (3). Ele afirma que irá acionar a Corregedoria da Polícia Militar na segunda-feira (4).

A reportagem de O TEMPO solicitou informações sobre o ocorrido junto à Polícia Militar, e aguarda a resposta da corporação.

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