Falsa enfermeira que participou de vacinação ilegal em BH é presa pela PF


A Polícia Federal (PF) prendeu na noite de terça-feira (30) a mulher que alega ser enfermeira e é suspeita de ter aplicado imunizantes contra o coronavírus em grupo de empresários ligados à Saritur, em Belo Horizonte. A informação foi publicada pelo portal “G1”, e, segundo o site de notícias, a mulher sequer é enfermeira, mas, sim, cuidadora de idosos.

À tarde de terça-feira, a residência na região da Pampulha onde ela mora com o filho, também suspeito do crime, foi alvo de cumprimento de mandado de busca e apreensão por investigadores da corporação. 

No início da noite, a PF revelou em comunicado que a falsa enfermeira e o filho dela foram conduzidos à sede da Superintendência, no bairro Gutierrez, à região Oeste de BH, para prestar depoimento. De acordo com o “G1”, a mulher foi detida, mas o filho dela e um terceiro suspeito ouvido foram liberados.

Hipótese de fraude na vacinação

A Polícia Federal (PF) trabalha com a hipótese de que empresários vacinados de forma irregular em Belo Horizonte tenham recebido, na realidade, doses falsificadas do imunizante contra o coronavírus. A linha investigativa foi revelada à noite de terça-feira (30) por meio de comunicado da corporação logo após cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência da enfermeira que teria aplicado a vacina no grupo de mandatários da Saritur, importante conglomerado do setor de transportes em Minas Gerais. Frascos com soro foram recolhidos no endereço, e material será periciado.

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Cartões de vacinação, seringas, agulhas, luvas e outros materiais também foram arrecadados no imóvel – bem como um segundo mandado foi igualmente cumprido em uma clínica. Outras duas hipóteses investigadas pela Polícia Federal, além da possibilidade de terem sido fraudadas as vacinas aplicadas nos empresários, são: a primeira, que doses foram importadas ilegalmente do Chile, e a segunda admite desvio do imunizante a partir do Ministério da Saúde. A enfermeira e o filho dela são suspeitos do crime de comercializar e aplicar tais doses contra a Covid-19 de origem ilícita. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), empresários e políticos que receberam o imunizante poderão ser responsabilizados criminalmente por receptação e vacinação irregular, pelo menos.

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Além dos investigados, outras pessoas também teriam recebido imunizante

A Polícia Federal (PF) apura também a possibilidade de que a enfermeira e o filho dela tenham feito a vacinação irregular de um segundo grupo de pessoas, além do composto por empresários e políticos ligados à Saritur e que já são investigados na operação nomeada “Camarote”. Aliás, em depoimentos prestados de forma espontânea nessa segunda-feira (29), os proprietários, sócios e membros do alto escalão da companhia de transporte de passageiros admitiram a aquisição do imunizante contra o coronavírus de procedência ilícita.

Histórico

A imunização ilegal foi revelada pela revista “Piauí” à terça-feira passada (23), e reportagem indicou que cerca de 50 pessoas receberam doses contra o coronavírus em uma garagem da viação Saritur e os organizadores seriam os irmãos Rômulo e Robson Lessa. Cada vacinado teria desembolsado R$ 600 pelas doses. Uma servidora municipal da Saúde de Belo Horizonte filmou o instante em que suspeitos estariam recebendo a vacina no bairro Alto dos Caiçaras, à região Noroeste de BH.

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Três dias após a denúncia, a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação “Camarote” e cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços ligados à empresa rodoviária. Documentos e arquivos de imagens foram recolhidos. Uma lista com 57 nomes de pessoas suspeitas de terem sido vacinadas irregularmente contra a Covid-19 também foi apreendida pela PF.

Assista as imagens filmadas:



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