Esposa, promotor e família viviam sob constante ameaça de morte

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Nos últimos anos a família do promotor André de Pinho esteve no centro de mais de 30 ocorrências policiais. Levantamento feito, com base em uma série de boletins lavrados pelo próprio casal desde 2010, mostra que, nos últimos anos, a família deles sofria constantes ameaças de morte, sendo Lorenza Maria Silva Pinto o principal alvo, na maioria dos casos. 

Em declarações feitas pela mulher e pelo promotor à polícia, eles afirmaram, inclusive, que a família já esteve sob escolta armada e que Lorenza possuía uma medida cautelar protetiva, concedida pela 2ª Vara Criminal de Justiça, devido às várias ameaças que ela sofreu. Os ataques teriam vindo de ex-funcionários do casal, pessoas desconhecidas e até mesmo familiares do promotor. 

Segundo relatos feitos pelo casal aos policiais na época, algumas ameaças eram feitas por meio de ligações telefônicas e outras através de bilhetes e de correspondências enviadas ao casal. Em um dos episódios, chegaram a enviar bombons envenenados para a casa deles. </CW>

O casal recebia ameaças como “a morte de Lorenza já está paga e a polícia nunca conseguirá descobrir quem é, porque nunca prendeu ninguém que usa silenciador”, “além de engolir sapo, você irá perder seus filhos, para aprender a sacanear com empregados”, “vocês vão pagar pelo que fizeram”, “muito em breve, vão sentir o gostinho de ficarem presos no Ceresp”. 

Em 2012, por exemplo, o promotor foi vítima de um atentado no bairro Sagrada Família, na região Leste de Belo Horizonte. O carro em que ele e Lorenza estavam foi alvo de tiros, disparados por dois homens em uma motocicleta. Ninguém ficou ferido, mas, na época, a polícia informou que um irmão do promotor seria um dos suspeitos. 

No mesmo ano, em outra ocorrência, ela o marido disseram ter recebido uma correspondência com bombons, enviadas supostamente por um amigo. Contudo, depois de Lorenza comer alguns doces, ela passou mal e eles desconfiaram do “presente”. Segundo o casal, a médica disse que Lorenza teria consumido veneno para rato.

Além disso, o carro de André de Pinho chegou a ser incendiado no bairro Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, em 2013. O veículo estava estacionado e não havia ninguém a bordo. Na ação, nada foi levado e os vidros do carro foram quebrados. 

Em 2014, o prédio em que a família morava no bairro Buritis também foi atacado por um homem que disparou tiros de pistola contra a fachada. Na época, Lorenza chegou a relatar que não podia nem sair na rua por conta das constantes ameaças. 

Outro caso ocorreu em 2016, quando Pinho e a mulher relataram à polícia que foram agredidos fisicamente por dois homens perto de uma igreja evangélica no Vale do Sereno, em Nova Lima, região metropolitana. Na época, o promotor disse se recordar que um dos agressores o ameaçou, dizendo: “agora, recorre para você ver”. 

Filhos ficarão sob cuidados de avô materno 

A mãe, Lorenza Maria Silva Pinho, 41, morreu na manhã da Sexta-feira da Paixão. O pai, o promotor André Luis Garcia de Pinho, está preso, suspeito de matar a esposa. Os cinco filhos do casal, de 2, 7, 10, 15 e 17 anos, estão sob a guarda do avô materno, Marco Aurélio Silva, 72.

 “O que importa agora, neste momento, é cuidar das crianças”, afirmou o avô, que veio de Uberaba, no Triângulo Mineiro, para dar assistência aos netos e acompanhar as investigações. Hoje, ele prestará depoimento ao Ministério Público, junto com a outra filha, irmã gêmea de Lorenza.

Abalada, a família ainda tem muitas dúvidas. Segundo o advogado de André, Sérgio Leonardo, o cliente teria chamado a ambulância entre 6h e 6h30, e a morte foi declarada às 7h17, havendo tentativa de ressuscitação por 40 minutos. Já ao pai de Lorenza, versão dada pelo genro foi diferente. “Quando eu consegui falar com o André, por volta das 11h da sexta-feira, ele me disse que ligou para uma ambulância do Mater Dei e, casualmente, o médico era amigo dele. Mas ele me disse que quando a ambulância chegou, ela já estaria morta”, afirmou.

Em respeito ao momento delicado que as crianças estão vivendo, Marco Aurélio diz que ainda não tem condições de dar detalhes, mas confirmou que todas as cinco estavam no apartamento quando a mãe morreu. (Queila Ariadne)

Feminicídio 

A violência contra mulher faz a cada dia novas vítimas. Somente neste ano, nos meses de janeiro e fevereiro, 14 mulheres foram assassinadas e 29 sofreram tentativas de homicídio. Isso mostra que, a cada dois dias, em média, uma mulher sofre com esse tipo de crime em Minas Gerais. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública 

No caso da esposa do promotor, ainda está sendo investigado se houve feminicídio. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a morte de Lorenza Maria Silva Pinho, de 41 anos, ainda não foi divulgado, mas, segundo fontes ouvidas por O Tempo,  já apontaria indícios de violência física. Mas a defesa alega que Lorenza morreu vítima de autointoxicação.

 

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