'Como é lindo viver', escreve jornalista que, infectado pela Covid, 'deixou de existir' por 21 dias

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A anestesia foi uma picadinha discreta. Mas, em seguida, eu deixei de existir por 21 dias, sobrevivendo como um enorme repolho inerte e intubado na UTI do hospital.

Uma das perguntas que mais me fizeram foi sobre o que pensei ou senti ao longo desse túnel escuro. Encontrei Jesus? Conversei com os mortos? Bobagem. Os medicamentos desligam parte do sistema nervoso central para que não possamos sentir dores ou o incômodo por aquela coisa enfiada na traqueia.

Mas, por uma questão de livre arbítrio, eu bem que gostaria de ter sido consultado por algum interlocutor poderoso: você quer partir ou quer ficar? É claro que eu queria ferrenhamente ficar. Que fosse por meu filho de 11 anos ou pelo afeto que me prende às artes e às pessoas.

Como não me consultaram, de concreto existem apenas os delírios que chegam junto com o despertar. A vaga consciência de que eu continuava vivo chegava com cenários quixotescos em minha cabeça tonta de sobrevivente.
Leia mais (04/27/2021 – 23h15)

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