Cerca de 50 comerciantes fizeram uma manifestação em frente à Prefeitura de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, na manhã desta quinta-feira (4) contra o fechamento do comércio. A cidade já estava funcionando apenas com os serviços essenciais e a medida restritiva determinada pelo executivo municipal chegaria ao fim nesta semana.
O comércio, no entanto, terá que permanecer fechado por pelo menos mais 15 dias, já que a cidade está entre o 60 municípios que estão na onda roxa do Plano Minas Consciente, etapa com regras mais rígidas do programa e que são impositivas, ou seja, são obrigatórias, independente das decisões da prefeitura.
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No ato, os manifestantes fizeram um buzinaço pelas ruas da cidade e, na porta da prefeitura, pediram ao prefeito o direito de trabalhar. “Está aí nas nossas portas o IPVA, o IPTU, Cemig, Copasa e tantas outras contras. Estamos simplesmente fechados e não temos condições de pagar. Vamos ter que fechar e mandar todo mundo embora. O essencial vai viver de quê? Comer vento?” disse um dos manifestantes presentes no ato direcionando a fala ao prefeito Luís Falcão (Podemos).
Durante a discussão acalorada, um dos manifestantes chega a recomendar que a prefeitura adotasse o uso do tratamento precoce com medicamentos que não tem a eficácia comprovada contra a Covid-19. Outro afirma que funcionários não terão como comprar comida para os filhos. O prefeito explica que a prefeitura já estava preparada para a reabertura do comércio no município a partir da próxima segunda-feira (8), mas que a intervenção do governo de Minas não possibilita isso.
“Se vocês quiserem que três representantes sentem comigo para conversar com educação, sem me chamar de mentiroso, eu estou a disposição”, diz o prefeito.
Bastante exaltado, Luís Falcão chega a tirar a máscara e jogar no chão junto com outros documentos durante a discussão. “O problema é 15 dias agora? A culpa é minha? O problema é 15 dias com 300 casos. Não é 2020 inteiro com 10 casos não”, disse o chefe do executivo de Patos de Minas abandonando os manifestantes para entrar na sede da prefeitura.
Em nota, a Prefeitura de Patos de Minas pontuou que “respeita o direito à liberdade de expressão e acolhe as manifestações quando feitas de maneira respeitosa e ordeira”. Disse ainda que “os números começam a mostrar que as medidas mais restritivas do Decreto Municipal 5.001, de 16 de fevereiro, surtiram efeito positivo sobre o cenário epidemiológico e que a tendência era começar a retomar as atividades gradativamente, para não desperdiçar o sacrifício feito por todos durante os últimos 15 dias”.
A prefeitura destacou ainda que o governo estadual trouxe uma medida impositiva, não cabendo ao poder local o direito de escolha neste momento. “O combate ao coronavírus exige esforços de todos, e agora cabe a cada um respeitar as medidas para, o mais breve possível, vencermos este momento”, diz a prefeitura no documento.
Veja a nota da Prefeitura de Patos de Minas na íntegra:
A Prefeitura de Patos de Minas respeita o direito à liberdade de expressão e acolhe as manifestações quando feitas de maneira respeitosa e ordeira. O momento é delicado para todos, e nunca foi e continua não sendo o desejo da atual gestão interferir no trabalho e rotina da população e do comércio. Contudo reduzir a circulação das pessoas, até o avanço mais efetivo da vacinação, ainda é a medida mais eficaz para frear o aumento de casos de Covid-19.
Os números começam a mostrar que as medidas mais restritivas do Decreto Municipal 5.001, de 16 de fevereiro, surtiram efeito positivo sobre o cenário epidemiológico. A tendência era começar a retomar as atividades gradativamente, para não desperdiçar o sacrifício feito por todos durante os últimos 15 dias. No entanto o Governo estadual trouxe uma medida impositiva, não cabendo ao poder local o direito de escolha neste momento.
A atual gestão vem, desde o início, investindo na ampliação e estruturação da rede municipal de saúde, tanto que triplicou o número de UTIs no Hospital de Campanha e contratou dezenas de profissionais. Tem, ainda, fortalecido a fiscalização e aplicado as vacinas nos públicos prioritários num esquema cuidadosamente preparado a partir do esforço conjunto das equipes de saúde.
O combate ao coronavírus exige esforços de todos, e agora cabe a cada um respeitar as medidas para, o mais breve possível, vencermos este momento.